domingo, 22 de maio de 2011

Entre beijos, soluços e lágrimas

                 A noite já ia avançada. A casa toda silenciosa. Apenas uma luz acesa: na sala, onde ela, pacientemente, porém já muito preocupada, bordava à espera de seu amado. Ele já devia ter chego há horas do trabalho. Mas até agora nada. O que será que aconteceu?
                Um barulho na porta da frente. A porta se abriu. Um cheiro forte de álcool invadiu todo o cômodo. Ela levantou os olhos do bordado; o coração à boca. Ele nem cambaleara até a porta da sala, ela já o havia alcançado, num abraço forte e intenso. Lágrimas, antes contidas, agora vertiam, descontroladas, de seus olhos. Pela segunda vez, ele chegara assim em casa. Eles já haviam discutido sobre isso antes, e ele havia prometido que não faria novamente.
                Ela agora o beijava como nunca antes havia beijado. O abraçava como nunca havia abraçado. O apertava contra si como nunca havia apertado.
                - Eu te amo... - sussurrava entre beijos, soluços e lágrimas - eu te amo... - a voz morrendo embargada na garganta.
                Ela, tomada pelo desespero. Ele, sem nem consciência do que estava acontecendo, ou porque aquela mulher estava tão triste...


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