Um barulho na porta da frente. A porta se abriu. Um cheiro forte de álcool invadiu todo o cômodo. Ela levantou os olhos do bordado; o coração à boca. Ele nem cambaleara até a porta da sala, ela já o havia alcançado, num abraço forte e intenso. Lágrimas, antes contidas, agora vertiam, descontroladas, de seus olhos. Pela segunda vez, ele chegara assim em casa. Eles já haviam discutido sobre isso antes, e ele havia prometido que não faria novamente.
Ela agora o beijava como nunca antes havia beijado. O abraçava como nunca havia abraçado. O apertava contra si como nunca havia apertado.
- Eu te amo... - sussurrava entre beijos, soluços e lágrimas - eu te amo... - a voz morrendo embargada na garganta.
Ela, tomada pelo desespero. Ele, sem nem consciência do que estava acontecendo, ou porque aquela mulher estava tão triste...
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